08 agosto 2025

Bahia tem 14,5 mil policiais militares a menos do que o efetivo necessário, aponta TCE

Um parecer técnico do Tribunal de Contas do Estado (TCE) apontou um déficit de 14.595 policiais militares na Bahia, revelando uma defasagem preocupante diante do efetivo previsto por lei. A legislação estadual determina um contingente de 44.767 policiais, mas, mesmo com a inclusão de mais de mil reservistas em atividade, o efetivo real em 2023 somou apenas 31.221. Essa carência resulta em sobrecarga para os policiais, jornadas extras e impactos na saúde da tropa, conforme alerta o coronel reformado Antônio Jorge Melo. O número de baixas anuais, cerca de 500, reforça a necessidade de recomposição contínua do quadro.

A situação é agravada pela distância em relação ao padrão internacional recomendado de um policial para cada 300 habitantes. Na Bahia, esse índice é de um para cada 412 moradores, apesar de concursos recentes. O major Igor Rocha, presidente da Força Invicta, destaca que o trabalho policial é pouco atrativo devido aos baixos salários e à desvalorização da carreira. Já o prefeito de São Gonçalo dos Campos, Tarcísio Pedreira, aponta a precariedade da estrutura de trabalho, citando a falta de bases dignas, armamentos, equipamentos e até combustível como entraves ao desempenho da polícia.

Em resposta, a Secretaria da Segurança Pública da Bahia informou que, nos últimos dois anos e meio, foram contratados 6 mil novos profissionais das forças de segurança e que outros 2 mil estão em formação. A pasta também ressaltou a realização inédita de quatro concursos simultâneos e a recontratação de militares da reserva para serviços administrativos. A SSP-BA garantiu que seguirá realizando concursos anualmente, buscando fortalecer o efetivo e reduzir os índices de criminalidade no estado. Ainda assim, especialistas alertam que, diante da crise de segurança, será necessário ir além do reforço numérico e adotar medidas estruturais.