O ex-ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, confirmou na tarde desta quinta-feira (31) que vai desistir da candidatura à presidência da República. Moro se filiou ao União Brasil, após ser festejado no Podemos no último mês de novembro, primeiro partido ao qual, formalmente, o ex-juiz integrou com filiado.
“O Brasil precisa de uma alternativa que livre o país dos extremos, da instabilidade e da radicalização. Por isso, aceitei o convite do presidente nacional do União Brasil, Luciano Bivar, para me filiar ao partido e, assim, facilitar as negociações das forças políticas de centro democrático em busca de uma candidatura presidencial única”, publicou Moro, em suas redes sociais.
O ex-ministro era o que melhor pontuava nas pesquisas de intenção de voto no pelotão que vinha abaixo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do presidente Jair Bolsonaro. Todavia, a candidatura de Moro não chegou a decolar e enfrentava resistências para as construção de alianças. Partidos que tentam articular uma terceira via enxergavam o ex-juiz como um impeditivo para que conversas avançassem com outras legendas. Integrantes do próprio União Brasil tinham restrições a uma candidatura dele, sendo própria ou por um partido aliado, a exemplo dos núcleos ligados ao antigo Democratas, como o governador de Goiás, Ronaldo Caiado, que tende a manter uma vinculação com Bolsonaro, e o pré-candidato ao governo da Bahia, ACM Neto, que pretende ter um palanque aberto para candidatos à presidência.
De acordo com Moro, a saída com o Podemos não teria sido traumática. “A troca de legenda foi comunicada à direção do Podemos, a quem agradeço todo o apoio”, indica. “Para ingressar no novo partido, abro mão, nesse momento, da pré-candidatura presidencial e serei um soldado da democracia para recuperar o sonho de um Brasil melhor”, admitiu o ex-juiz. Nos bastidores, ele é tratado como pré-candidato a deputado federal por São Paulo.