
As terras da
maior mina de diamantes do mundo, no município de Nordestina, na Bahia, são
ricas, também, na produção de ouro. A fazenda Baixinha, a 23 quilômetros da
sede do município, vem se transformando em uma mini Serra Pelada. Nessa região,
existem cerca de 4 mil garimpeiros trabalhando em jazidas a céu aberto e
subterrâneas. O garimpo localizado em uma área de trabalhadores sem terras,
conta com inúmeros motores equipados com moinhos para a trituração de pedra e
cascalho na busca pelo ouro. O jacobinense Genésio Balor, que há nove anos
trabalha em garimpos, disse que a maior quantidade de ouro conseguida em um dia
de trabalho foram 22 gramas. “Durante toda a manhã desta quinta-feira (30/1),
só consegui nove décimos de grama de ouro.
Trabalho em mina
aqui porque não tenho outra opção de ganhar dinheiro para sustentar a família.
O grama de ouro custa R$ 70 e o máximo que já consegui obter em uma semana de
trabalho foram 50 gramas, e isso ocorre quando damos sorte com material
retirado do subsolo”, explica. Balor disse que são vários pais de família que
dependem do ouro da Fazenda Baixinha para sobreviver e explica que em Jacobina,
o material adquirido (cascalho) depois de utilizado não tem repasse, o que não
ocorre em Nordestina.
“Aqui, na Baixinha, o material para ser triturado no
moinho é adquirido e depois do trabalho de trituração e seleção a caçamba de
cascalho é revendida, custando de R$ 500 a R$ 600. Mas nós não sabemos a
quantidade de ouro que fica no resíduo e muito menos o produto usado por outros
garimpeiros no rebeneficiamento do material”, explica Genésio Balor. Ele
acredita que em muitos casos quem compra a caçamba de material triturado
termina encontrando mais ouro do que eles.(Tribuna)