Depois de se
desfazer do prédio do hospital Quinta D'Or, no Rio, para saldar dívidas da
visita do papa Francisco ao Brasil, os religiosos que organizaram a Jornada
Mundial da Juventude preparam outra tacada: vão colocar à venda o cemitério do
Catumbi, na mesma cidade.
O espaço é de
uma ordem religiosa, que espera arrecadar cerca de R$ 80 milhões com o negócio.
Os recursos seriam repassados como empréstimo para o Instituto Jornada Mundial
da Juventude. Estima-se que o
rombo da festa estrelada pelo pontífice ultrapasse os R$ 100 milhões. A venda
do cemitério deve esbarrar em alguns percalços na atração de investidores.
O local tem
muitos jazigos eternos. E ainda precisa de autorização para construir
crematório e cemitério vertical. O aperto é tão grande que dom Orani Tempesta,
arcebispo do Rio, pediu ajuda até a José Dirceu para resolver os problemas.
O religioso é
amigo de Evanise Santos, ex-mulher do petista, com quem almoçou recentemente e
também conversou sobre o assunto. O ex-ministro aconselhou os religiosos
justamente a vender patrimônio, escapando de juros de empréstimos bancários. (Mônica Bergamo)