17 dezembro 2025

Facção mandou matar técnicos de internet por falta de pagamento de 'pedágio' em Salvador

A morte dos três técnicos de internet executados no bairro do Alto do Cabrito, em Salvador, na noite de terça-feira (16), foi mais uma ação cruel de facções criminosas na capital. De acordo com fonte policial consultada pela reportagem, Ricardo Antônio da Silva Souza, de 44 anos, Jackson Santos Macedo, 41, e Patrick Vinícius dos Santos Horta, 28, foram executados por traficantes em uma ação de opressão do Comando Vermelho (CV) pela falta de pagamento do ‘pedágio’ por parte da empresa para qual eles trabalhavam.

“Os três foram levados para uma área que tem sido usada pelos traficantes como local de execuções e desova. O crime não foi tarde, aconteceu no início da noite para dar um recado. Tudo indica, até o momento, que a empresa para qual eles trabalham não faz o pagamento do ‘pedágio’ para atuar ali e a punição imposta pelos criminosos foi pegar os funcionários”, conta o policial, que fala sob anonimato com a reportagem.

O pedágio citado pela fonte é a taxa cobrada pelas facções a empresas de bairro para atuar em determinadas localidades controladas pelo crime. Ainda segundo a fonte, os três técnicos não tinham qualquer envolvimento com ações criminosas e foram executados com farda e mãos e pés amarrados. No Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA), não há nenhum processo contra as vítimas, o que atesta a informação do policial.

A ocorrência foi registrada por volta das 19h30 na  na Rua 3 e, após acionamento, policiais militares da 14ª Companhia Independente da Polícia Militar (CIPM/Lobato) foram acionados para atender a ocorrência de homicídio. Ao chegarem ao local, os agentes constataram os óbitos e isolaram a área até a chegada da equipe do Departamento de Polícia Técnica (DPT).

O Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), unidade de Salvador, investiga o triplo homicídio. Guias para perícia e remoção dos corpos foram expedidas, e diligências e oitivas seguem em andamento para esclarecer as circunstâncias do caso. A reportagem procurou a Planet Internet, mas a empresa não se manifestou sobre o caso até o fechamento desta matéria. 

Correio 24h