Em 2023, a Bahia apresentou o maior registro de homicídios de mulheres, com 129 ocorrências, entre os oito dos nove estados monitorados pela Rede de Observatórios da Segurança (BA, CE, MA, PA, PE, PI, RJ, SP). O número é referente a mortes não classificadas como feminicídios.
Os dados foram revelados no novo boletim do "Elas Vivem: liberdade de ser e viver", divulgado nesta quinta-feira, 7. Com 368 casos (uma vítima por dia) de violências de gênero, o estado registrou um crescimento de 16,46% no ano passado. Desse número, 41,30% das ocorrências não tinham a informação da idade das vítimas disponível (152 mulheres).
Salvador concentra o maior percentual das violências: são 110 mulheres vitimadas, 80 a mais que Feira de Santana, que fica na segunda posição com 30. Também foram registrados 70 feminicídios em todo o estado – 40 deles por arma branca –, sendo 20 deles na capital.
Os dados são produzidos a partir de um monitoramento diário do que circula nas mídias sobre violência e segurança. As informações coletadas de diferentes fontes são confrontadas e registradas em um banco de dados que posteriormente é revisado e consolidado.
O monitoramento sensível da Rede de Observatórios permite que crimes que possuem evidências mas não são tipificados pela polícia, como violência contra mulheres (lesão corporal, ameaças e outros), possam ser nomeados corretamente.
Dessa forma, é possível reduzir a subnotificação comum a esses casos e produzir análises mais seguras sobre o que ocorre na realidade, complementando e enriquecendo os dados oficiais. Fonte: A Tarde