“Eu pensei de a gente fazer uma 'vaquinha' entre nós, e aí nós vamos decidir se vai ser R$ 50, se vai ser R$ 100, R$ 200, se cada um dá proporcional ao salário. Se cada um der R$ 200 na minha conta, vai ter mais ou menos R$ 200 mil para a gente gastar nessa campanha”, detalhou.
Na conversa divulgada, que foi gravada por um ex-assessor do político, Janones assegurou que a operação de coletar mensalmente parte dos salários não configuraria a prática da rachadinha.
“Como nós não vamos ser corruptos, não vamos aceitar cargos, como a gente não vai ceder a essas coisas e a gente precisa de dinheiro pra fazer campanha, qual é a minha sugestão? E aí nós vamos dividir o valor entre nós, inclusive eu. Isso é, todos. E isso é legal. Às vezes, você confunde isso com devolver salário. Devolver salário é você ficar lá na sua casa dormindo, me dá seu cartão, todo mês eu vou lá e saco e deixo só um salário pra você. Isso é devolver salário", disse.
O pedido foi apresentado durante a mesma reunião na qual Janones requisitou uma parcela dos salários dos servidores para "reconstruir seu patrimônio" após as eleições de 2016. Na época, Janones concorreu à Prefeitura de Ituiutaba (MG) e foi derrotado.
Janones não se candidatou em 2020, pois seu partido, o Avante, optou por apoiar Alexandre Kalil, do PSD, que se tornou o atual prefeito de Belo Horizonte. Contudo, membros de seu grupo político concorreram nas eleições. Na ocasião, Janones conseguiu eleger sua ex-assessora Leandra Guedes como prefeita de Ituiutaba, a mesma cidade onde havia sofrido uma derrota em 2016.
Investigações indicam que a atual prefeita foi a pessoa encarregada de arrecadar fundos provenientes de rachadinhas no gabinete do deputado. Por meio de nota, ela negou e declarou que nunca esteve envolvida em qualquer atividade irregular. (Terra)