
Um composto
feito em laboratório com aparência de maconha, mas 100 vezes mais potente que a
droga natural, tem entrado no Brasil de forma disfarçada para enganar a
fiscalização. O material é um dos oito tipos de drogas que eram totalmente
desconhecidas pelas autoridades brasileiras e foram identificadas pela Polícia
Federal, em Brasília, este ano. De acordo com o perito criminal federal, João
Carlos Ambrósio, as drogas analisadas são produzidas, principalmente, na China
e sudeste asiático e são enviadas para a Europa, onde se produz o material que
é colocado à venda, principalmente na internet.
A polícia diz que os
traficantes usam diversas substâncias que imitam a maconha e as misturam com
ervas como açafrão e erva doce. O material é conhecido nas ruas e na internet
por nomes como: 'Hi5', 'incenso do mal' e o mais comum, 'spice', pimenta em
inglês. Os efeitos da droga são parecidos com os da maconha e podem trazer
danos à saúde. “Provocam relaxamento, euforia e podem estar associados também a
alguns efeitos adversos, como o desenvolvimento de taquicardia, hipertensão e
eventualmente manifestações paranoides e até psicóticas em algumas pessoas mais
suscetíveis”, afirmou ao Fantástico o toxicologista Rafael Linden.
Segundo a
Polícia Federal, o consumo de drogas sintéticas aumenta no país por causa da
própria dinâmica do tráfico, já que se o controle aumenta, os responsáveis pelo
comércio encontram outras formas de comercializar substâncias ilícitas e, entre
elas, está a droga sintética. Mundialmente, já foram identificadas mais de 600
variações do tipo de maconha sintetizada em laboratório.