*Por Wesley Faustino
Em uma calorosoa terça-feira, 4 de agosto de 1992, às 10 horas na cidade de Barcelona(Espanha) se tornava o palco de uma história que ecoaria por gerações no Brasil.
Jefferson Lacerda, um jovem baiano de Ubaitaba, mergulhou nas águas do rio Besòs, pronto para representar não apenas sua cidade, mas todo o Brasil - único atleta do nordeste brasileiro nas Olimpíadas.
A sua participação nas olimpíadas foi um marco não só para ele, mas para toda a canoagem baiana, que começou a ganhar visibilidade nesse contexto. Lacerda, que começou sua trajetória tardia no esporte aos 27 anos, rapidamente se destacou, conquistando 20 campeonatos brasileiros em apenas três anos na modalidade canoagem.
Em cada remada, seu talento e dedicação eram evidentes, transformando um início tardio no esporte em uma série de conquistas impressionantes.
Com o passar dos anos, Jefferson se tornou uma figura central na canoagem velocidade brasileira. Sua impressionante lista de conquistas inclui 45 títulos de campeão brasileiro, 50 campeonatos baianos, além de ser seis vezes campeão sul-americano e pan-americano, e conquistou um bronze no semundial e durante oito anos técnico da seleção brasileira.
Cada prêmio não era apenas uma medalha; era o resultado de um homem que superou obstáculos e se firmou como um verdadeiro fenômeno em sua modalidade.
Hoje, aos 62 anos, Lacerda vive uma vida pacata e longe dos holofotes que um dia iluminavam seu caminho. Como Oficial do Tribunal de Justiça da Bahia, ele continua a servir no Fórum do municipio de Ubatã, há 30 anos de sua vida trabalhista.
Embora distante das competições, seu legado permanece na canoagem brasileira, influenciando a nova geração de atletas e mostrando que a determinação pode levar longe, mesmo quando o tempo passa.
Jefferson Lacerda não é apenas um atleta; ele representa a esperança e a luta de muitos - 1° técnico dos medalhistas Olímpicos Isaquias Queiroz e Erlon Souza. A história de Lacerda permanece como um símbolo de resiliência e sucesso, e seu nome sempre será lembrado como um marco nas Olimpíadas de 1992 e nas Olimpíadas de 1996, em Atlanta (EEUU) - classificado e uma luxação no ombro o tirou das competições - e na evolução do esporte no Brasil, principalmente na Bahia.
Wesley Faustino é historiador e, pesquisador, escritor, especialista em Gestão Pública e Gestão Ambiental e ex-vice-prefeito de Ubatã