Por: Wesley Faustino
Ah, as eleições em Ubatã! Esse período eleitoral tem mais reviravoltas que novela das nove, com a diferença de que o enredo envolve a nossa própria vida. Nesse jogo político, cada cidadão parece pegar seu balde de pipoca para assistir – e participar – de um jogo que varia entre Palmeiras e Flamengo - o suspense sobre quem será o próximo prefeito rivaliza com final entre as duas equipes.
É nesse palco que os cidadãos, munidos de fervor cívico, assumem papéis que lembram torcidas organizadas, vibrando, disputando e, por vezes, colidindo em arenas digitais como os grupos de WhatsApp. Esses espaços virtuais se tornam palco de debates acalorados, onde áudios com revelações bombásticas ou simples opiniões transformam o cenário político local numa fascinante Copa do Mundo de argumentos e contra-argumentos.
Entre confidências expostas e segredos revelados, os apoiadores políticos se transformam em verdadeiras torcidas organizadas, onde o esporte preferido é o lançamento de indiretas – e, às vezes, diretíssimas mesmo – até entre brigas de membros da mesma família nas redes sociais.
Imagina, você está lá tranquilo tomando seu café da manhã quando, de repente, seu grupo do WhatsApp se transforma em um ringue de UFC verbal. A luta do dia? Debater a pré-campanha queao Executivo ubatense.
Entre uma opinião e outra, percebe-se que "política é igual a nuvem", como diria Magalhães Pinto. E nesse céu de Ubatã, o tempo muda mais rápido que a moda. Hoje temos cinco grupos distintos disputando, amanhã já podem ser só três, com ex-candidatos a prefeitos virando vice no ato mágico da política.
O debate político em Ubatã tem se mostrado um terreno fértil para discursos inflamados, onde a linha entre a liberdade de expressão e a agressão verbal parece mais borrada que maquiagem em dia de chuva. Lembrando sempre que, apesar de tudo ser permitido, nem tudo convém. Afinal, como já dizia Paulo na célebre frase aos Corintos: I Coríntios Cap. 6 | ARC
12 "Todas as coisas me são lícitas, mas nem todas as coisas convêm; todas as coisas me são lícitas, mas eu não me deixarei dominar por nenhuma".
Como manter a calma e a tolerância quando parece que a cidade inteira está em chamas com debates políticos? Primeiro, lembre-se de respirar – talvez praticar yoga ajudasse alguns dos nossos apoiadores mais exaltados. Segundo, não se esqueça que, após as eleições, todos continuaremos a ser vizinhos, colegas e, quem sabe, amigos novamente. Que tal apostarmos mais na ponte de diálogo do que nos muros das intransigências?
Após o término dessa saga épica que é a eleição em Ubatã, quem sabe o que o futuro nos reserva? Independente dos resultados, a cidade ainda terá seus desafios e conquistas e sua gente maravilhosa. Talvez o verdadeiro espetáculo político seja aprender a conviver com as diferenças, promovendo a paz e a tolerância em um cenário tão diverso quanto o nosso Brasil.
E que venham as próximas eleições; afinal, em Ubatã, até a política é uma praia que precisamos aprender a surfar! Não podemos nos deixar dominar pelas paixões eleitorais. Calma calabresos.
Wesley Faustino e historiador, escritor, especialista em Gestão Pública e Gestão Ambiental e ex-vice-prefeito de Ubatã
