
A construtora
Camargo Corrêa pagou R$ 3 milhões para o Instituto Lula e R$ 1,5 milhão para a
LILS Palestras Eventos e Publicidade, empresa do ex-presidente Luiz Inácio Lula
da Silva, entre 2011 e 2013. É a primeira vez que os negócios do petista aparecem
nas investigações da Operação Lava Jato, que apura um esquema de cartel e
corrupção na Petrobras com prejuízo de R$ 6 bilhões já reconhecidos pela
estatal. O registro sobre o elo da empreiteira - uma das líderes do cartel
acusado de corrupção pela Lava Jato - com Lula consta no laudo da Polícia
Federal anexado nesta terça-feira (9) aos autos da investigação. O laudo tem 66
páginas e é subscrito pelo perito criminal federal Ivan Roberto Ferreira Pinto.
A perícia foi realizada na contabilidade da Camargo Corrêa de 2008 a 2013,
período em que a empreiteira recebeu R$ 2 bilhões da Petrobras. O documento
mostra que a construtora repassou R$ 183 milhões em "doações de cunho
político" - destinadas a candidaturas e partidos da situação e da oposição.
O Instituto Lula, criado pelo ex-presidente após deixar o Planalto, em 2011,
recebeu três pagamentos de R$ 1 milhão cada.