As despesas do governo apresentaram aumento real de 6,6% no primeiro semestre, em relação ao mesmo período de 2012. Os desembolsos atingiram pela primeira vez R$ 1,01 trilhão, segundo levantamento realizado pela organização não-governamental Contas Abertas com dados do Sistema Integrado de Administração Financeira (Siafi).
A evolução das despesas mostra que o governo terá dificuldade em concretizar da forma como foi encomendado o corte de R$ 10 bilhões a R$ 15 bilhões, cujo anúncio é prometido para esta semana. A ordem é preservar investimentos e programas sociais e apontar a tesoura para gastos de custeio da máquina pública. Os gastos com investimento somaram R$ 20,5 bilhões no primeiro semestre deste ano, contra R$ 20,3 bilhões em igual período de 2012.
"É um desempenho pífio", comentou o secretário-geral da Contas Abertas, Gil Castello Branco. Dos R$ 90,2 bilhões disponíveis para investir, apenas R$ 19 bilhões haviam cumprido, até junho, a primeira etapa do processo de gasto - o empenho. Os dados do Contas Abertas são diferentes das informações do Tesouro e do Planejamento, porque não consideram os gastos com o programa Minha Casa Minha Vida como investimento, e sim como custeio.