Por: Paulo Cabral Tavares, advogado
Eu bem que
poderia estar lá.
Bem que
poderia ter-me preparado, pago a passagem, tirado o cartão de peregrino, para
estar perto do Papa. Para tentar vê-lo. Pois, a cada instante eu me emociono. A
cada gesto seu, a cada palavra. A cada sorriso farto, aberto, cativante. Meus
olhos lacrimejam e eu fico com um nó na garganta.
Eu gostaria
de passar por aquele frio todo em Aparecida, eu que detesto frio, assumiria o
sacrifício.
Ou mesmo
em Copacabana, pois, apesar deste evento ser destinado aos jovens, eu acho que
neste encontro também cabe um jovem de 73 anos.
Que me desculpem
os outros papas, que me desculpe João Paulo II que encantou o mundo. Mas ninguém
como você, Francisco. Eu gostaria mesmo era de privar com você, com todo o
respeito,eu gostaria de lhe chamar de Chico, como eu faço com meu amigo Chico
Cearense. Se você já encanta de longe, de perto eu sairia beatificado.
Eu não sei do
seu encanto. Não sei se é a sua evidente humildade. Se é o seu desejo de
sair,arriscar-se no meio da multidão, sentir o pulsar do coração de seus
liderados pelo mundo afora. De tocar, de abraçar de ter contato com o seu
rebanho. Ou se é o seu sorriso, os seus gestos, a sua maneira. Não sei o que é,
mas a verdade é que você encantou o mundo e muito especialmente os brasileiros
com o seu modo simples.
Admirável
aquele abraço que você, quebrando outra vez os modos protocolares, deu
naquele ex-viciado em drogas que prestou um depoimento comovente.
Não pude deixar
de me lembrar dos versos de Olegário Mariano:
"Irene peta,
Irene boa
Irene sempre de
bom humor
Imagino
Irene chegando no céu
“Dá licença meu
branco?”
E São
Pedro bonachão:
“Pode
entrar Irene
Você não
precisa pedir licença”
Quando você
disseque bateria com muita delicadeza na porta do coração dos brasileiros,
pedindo licença para passar alguns dias conosco, a frase me veio à cabeça de
imediato:
Pode
entrar Francisco
Fique o tempo que
quiser,
Você não
precisa pedir licença.
Ubatã, 24 de Julho de 2013.