Artigo: A Hora "H"

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Por: Paulo Cabral Tavares, advogado

Você está preparado para o encontro final? Para se despedir deste mundo e enfrentar o desconhecido? Pelo menos, você pensa nisto? Os muitos religiosos que me perdoem, mas eu sou um pouco agnóstico neste caso. Os muçulmanos têm certeza de que existem23 virgens lhes esperando no paraíso se morrerem como mártires. Será que é por isso que se veem tantos estupros de meninas ainda crianças ou adolescentes na Índia, no Egito e em outros países que professam a fé muçulmana? 

Ao que parece o sonho da vida depois da morte, o equivalente ao nosso paraíso, para os muçulmanos é deflorar um sem número de virgens que lhes esperam para este fim no paraíso. É muito fundamentalismo, para não dizer fanatismo! E não se tem certeza de vida após a morte (meu agnosticismo bate forte neste caso, nestas dúvidas) e, pior, em caso positivo, não se sabe também se existe sexo no outro mundo nem se as almas são masculinas ou femininas. O que equivale a discutir o sexo dos anjos.

Mas nós aqui, que não sabemos a nossa hora da verdade, que de repente a gente tem a notícia: fulano morreu. Ainda tão jovem, com a vida toda pela frente, coitado!
Conta a lenda que ao abrir a porta da casa de manhã para ir ao trabalho, um jovem CEO (Chief Executive Officer, em inglês, que significa Diretor Executivo em Português, é o chefe da empresa que a administra, embora não seja o dono) deu de cara com a morte. De logo ele percebeu do que se tratava. Sentiu que sua hora tinha chegado. E questionou porque eu? Eu ainda sou tão jovem...

Ao que a ceifadora respondeu:
-Todos dizem a mesma coisa...
Ele ainda tentou argumentar pedindo-lhe mais um pouco de tempo. Ela concordou, mas com algumas condições:
-Está bem, eu concordo se você me der pelo menos três motivos importantes para eu lhe dar esta oportunidade. Mas não vale dizer que sua mulher nem sabe assinar um cheque, que seus filhos precisam de você e que tem muita coisa para arrumar antes de partir.

Quando eu li a lenda (Lya Luft, diga-se) coloquei a situação em mim mesmo. Busquei na minha mente pelo menos três motivos para que eu não fosse levado pela executora do destino. E confesso que fiquei mal no filme, porque descobri que não acharia os três motivos pedidos por ela. A única coisa que descobri que somente eu mesmo poderia fazer era um método para criar as minhas galinhas lá na roça, que ninguém mais tinha conhecimento. No mais eu poderia muito facilmente ser substituído. Às vezes com alguma vantagem para os substitutos.

Eu não sei o resultado da lenda. O fragmento que li ia até ali. Mas o questionamento ficou para mim e para todo mundo. Quando chegar nossa hora terá algum motivo de peso para nos segurar nesta vida? Estaremos preparados para partir?

Ubatã, 17 de julho de 2013.
PAULO CABRAL TAVARES
paulocabraltavares2@yahoo.com.br

 

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